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Desmatamento no bioma Pampa cai 42% em 2024 e reforça protagonismo ambiental do Rio Grande do Sul

  • Writer: William Barreto
    William Barreto
  • May 28
  • 3 min read

Relatório do MapBiomas aponta o Pampa como o bioma com menor área desmatada do país; ações estaduais de conservação são apontadas como determinantes


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O bioma Pampa, exclusivo do território gaúcho no Brasil, apresentou uma expressiva redução de 42% na taxa de desmatamento em 2024, conforme dados divulgados no último dia 15 pelo Relatório Anual do Desmatamento (RAD), do projeto MapBiomas. O dado coloca o Estado em posição de destaque no cenário nacional, com a menor área desmatada entre todos os biomas brasileiros: apenas 896 hectares, o que representa 0,1% do total registrado no país.


A secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, atribuiu o resultado positivo à adoção de políticas públicas estratégicas e ações integradas de preservação ambiental. “O Rio Grande do Sul vem implementando uma série de ações voltadas à preservação do bioma Pampa, que ocupa 68% do território do Estado. Uma das medidas foi a inclusão do Pampa como bioma no novo Código Estadual do Meio Ambiente. Também houve a migração do Cadastro Ambiental Rural para a plataforma federal e o acordo judicial que trouxe consensos relativos às tipologias existentes no Pampa. Temos a convicção de que a preservação das espécies nativas presentes no pampa gaúcho estarão cada vez mais protegidas”, afirmou a gestora.


Embora todos os biomas brasileiros tenham registrado queda no desmatamento, a exceção ficou por conta da Mata Atlântica, que manteve índices estáveis em relação a 2023. Segundo o MapBiomas, o cenário se deve, em grande parte, aos eventos climáticos extremos que atingiram o território gaúcho entre abril e maio do ano passado. A estimativa é de que, na ausência desses desastres naturais, o bioma teria apresentado uma redução de ao menos 20% na área desmatada.


A tragédia ambiental foi também objeto de análise do relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, divulgado neste mês. O documento aponta que os deslizamentos de terra e enchentes responderam pela maior parte dos 3.307 hectares de vegetação nativa perdidos em 2024.


Iniciativas estruturantes e estratégias de conservação


Para além dos dados do RAD, o Governo do Estado vem promovendo uma série de programas e projetos voltados à conservação da biodiversidade, recuperação de áreas degradadas e valorização dos serviços ecossistêmicos:


Corredores Ecológicos: A Sema coordena a implementação do Corredor Ecológico da Quarta Colônia, que integra os biomas Pampa e Mata Atlântica e visa restaurar conexões ecológicas entre áreas protegidas.


Rota dos Butiazais: Em parceria com a Embrapa, o projeto propõe o uso sustentável do butiá e integra ações nos campos sul-brasileiros, uruguaios e argentinos.


Trilhas de Longo Curso: Com 12 trilhas implementadas, o Estado lançou, em 2024, o Programa Estadual de Trilhas, fomentando ecoturismo e conservação ambiental.


Certificação Ambiental para Extrativismo Sustentável: A política garante a extração legal e sustentável de produtos nativos, como frutos, sementes e óleos essenciais.


Cadastro Ambiental Rural (CAR): A ferramenta eletrônica promove a regularização e o monitoramento das propriedades rurais, fortalecendo o combate ao desmatamento.


Reposição Florestal Obrigatória (RFO): Voltada à compensação ambiental por corte de vegetação nativa, a medida incentiva o manejo responsável e a reintrodução de espécies ameaçadas.


GEF – Pró-Espécies: Iniciativa nacional executada pela Sema no RS, que combate atividades ilegais e atua na conservação de espécies ameaçadas fora de áreas protegidas.


Proveg-RS: O Programa Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa busca articular políticas públicas e ações privadas para restaurar ecossistemas naturais.


Campos do Sul: Com foco nos campos nativos dos biomas Pampa e Mata Atlântica, o projeto incentiva boas práticas de manejo e assistência técnica rural.


Planos de Ação Territoriais (PATs): A Sema lidera os PATs Planalto Sul, Campanha Sul e Serra do Sudeste, e o PAT Bagé, todos voltados à proteção de espécies em risco e à promoção de práticas sustentáveis nos campos gaúchos.


Projeto GEF – Terrestre: Ação em parceria com o governo federal que envolve comunidades locais na restauração da vegetação e fortalecimento das Unidades de Conservação.



Sobre o MapBiomas


Criado em 2015, o MapBiomas é uma rede colaborativa de instituições acadêmicas, ONGs e empresas de tecnologia que mapeia anualmente o uso e cobertura da terra no Brasil. A iniciativa utiliza a plataforma Google Earth Engine e oferece dados de acesso público sobre água, fogo e desmatamento, contribuindo para a transparência ambiental e o enfrentamento das mudanças climáticas.


Com os avanços recentes e as políticas consolidadas, o Rio Grande do Sul reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e o protagonismo na agenda ambiental brasileira, sinalizando um caminho possível entre conservação ambiental e desenvolvimento regional.

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