Área queimada no Brasil cai 65,8% no semestre, mas Caatinga e Pampa têm alta
- William Barreto

- Jul 3
- 2 min read
País teve menor número de focos de calor desde 2018; governo atribui resultado a políticas públicas e clima menos seco

O Brasil reduziu em 65,8% a área atingida por queimadas no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. O país passou de 3,1 milhões para cerca de 1 milhão de hectares queimados, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Também houve queda de 46,4% no número de focos de calor, de 35.938 para 19.277 registros, segundo o sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Trata-se do menor volume para o período desde 2018.
As informações, compiladas com base em imagens de satélite analisadas pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ, mostram redução nos incêndios em quatro dos seis biomas. As exceções foram o Pampa e a Caatinga, que registraram aumento tanto na área queimada quanto nos focos de calor.
O governo atribui os resultados a uma combinação entre menor severidade da seca e reforço nas ações de prevenção e combate aos incêndios. Entre as medidas destacadas estão a contratação de 4,3 mil brigadistas federais, o maior efetivo da série histórica, e a aquisição de sete helicópteros para operações do Ibama.
Pantanal e Amazônia lideram recuo
O Pantanal registrou a maior queda proporcional na área queimada: 97,8% de redução, passando de 607,9 mil hectares em 2024 para 13,4 mil neste ano. Os focos de calor caíram de 3,5 mil para 86 no período.
A Amazônia teve redução de 75,4% na área queimada, com recuo de mais de 1 milhão para 247,9 mil hectares. Os focos diminuíram 61,7%, passando de 13.489 para 5.169.
A Mata Atlântica registrou queda de 69,7% na área queimada e de 33,3% nos focos. O Cerrado também teve redução: 47% na área e 33,1% nos pontos de calor.
Na contramão, a Caatinga teve aumento de 11,5% na área queimada, que passou a 38,3 mil hectares, e alta de 32% nos focos. No Pampa, os focos triplicaram, de 123 para 388, e a área queimada passou de 7,1 mil para 11,5 mil hectares.
Governo amplia ações e monitora risco climático
A estrutura de combate foi reforçada com a contratação de 4.385 brigadistas em 2025, sendo 2.600 pelo Ibama e 1.785 pelo ICMBio. Também houve investimento de R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal — R$ 370 milhões já contratados.
A nova Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, sancionada em julho de 2024, prevê uso controlado do fogo em áreas autorizadas e coordenação entre União, estados e municípios.
Segundo o MMA, o governo retomou neste ano encontros periódicos com pesquisadores e técnicos de instituições federais para monitorar as projeções de seca e risco de incêndios. Embora os dados climáticos de 2025 sejam menos críticos, o cenário segue sob observação.













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